domingo, 24 de novembro de 2013

Estudo Sobre o Documento de Estudos 104 da CNBB

Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia.
Um Estudo Sobre o Documento de Estudos 104 da CNBB.

Gilson Feijão[1]

Irmãos e irmãs,

     Hoje,gostaria de propor um estudo por meio de um resumosobre o documento de estudo 104 da CNBB intitulado “Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia”. O referido estudo está dividido em quatro capítulos, onde os bispos do Brasil propõem uma reflexão profunda a respeito da realidade paroquial. Venha Conosco! Acompanhe as publicações aqui no blog, serão feitas quatro publicações, a começar com esta. Cada uma refletirá a respeito de um capítulo do estudo. Um abraço a todos.

PRIMEIRO CAPÍTULO: “Perspectiva Bíblica”.
     Inicialmente, o estudo propõe “a recuperação da comunidade”. Isso deverá se dar a partir das comunidades apostólicas, estabelecidas pelo próprio Jesus. A renovação da paróquia deve se dar, portanto, a partir daprópria prática pastoral do Senhor.
     Partindo da experiência do povo de Israel se vê que o clã (em nossos dias “comunidade”) é a base da sociedade. Garantir a proteção da família e da terra era aqui o gesto concreto de amor ao próximo. Já no tempo de Jesus, devido a política romana, a comunidade se enfraquece, há altos impostos e as famílias não conseguem se manterem unidas, deixando muitos sem proteção, como é o caso das viúvas e órfãos. Apesar da estrutura da sinagoga continuar existindo, a comunidade já não é a mesma, pois a maior manifestação de Deus entre o povo - o amor ao próximo - já não é mais possível tão concretamente.
     É necessária uma nova experiência de comunidade, uma nova experiência de Deus. Tal experiência se dá por meio da Palavra revelada em Jesus. Ele é o novo rosto de um Deus que é Abbá, que é Pai e testemunha essa intimidade no seu cotidiano, cumprindo todos desde tenra idade os costumes de seu povo: a oração em família três vezes ao dia, a reunião da comunidade aos sábados na sinagoga, as reuniões de aprofundamento das leituras ouvidas na sinagoga que aconteciam nas casas, além das festas do ano litúrgico, como, a Páscoa, o Pentecostes e a festa das tendas.
     Depois do seu batismo, Jesus se identifica como o servo de Deus anunciado por Isaías, as novidades do Reino por Ele anunciado atraem muita gente, pois atendem aos anseios do povo tão castigado pela política do Império Romano. Nesse novo reino, todos são irmãos e irmãs, há igualdade entre mulheres e homens, há partilha dos próprios bens, há uma relação de amigos e não de servos, o poder é exercido como serviço, há orações em comum, é dado o poder de perdoar, se vive a alegria e tudo isso é a nítida expressão do Pai presente na comunidade que assume tudo como seu novo estilo de vida, respondendo assim, à proposta que Ele lhe faz.
     Jesus também se apresenta como “Bom Pastor” e como tal, Ele acolhe a todos sem fazer distinção de sexo, religião, etnia ou classe. Ultrapassando tais barreiras, Jesus nos dá um novo ensinamento, sendo Ele mesmo, o grande modelo, pois, sua maneira de ser apontavam para tudo aquilo que pregava.
     Bem se sabe que seu ensinamento provoca certos incômodos a líderes religiosos e políticos e por isso, Jesus vai ser morto, se fazendo cordeiro.
     Porém, o sabor do vinho velho não suporta a alegria trazida pelo vinho novo e Jesus ressuscita nos dando uma nova vida, celebrando uma nova Páscoa. “Após a ressurreição, Jesus Cristo transmite aos apóstolos a promessa do Pai, o Espírito Santo, para que sejam revestidos do seu poder celeste e se tornem as testemunhas universais do Evangelho”[2].
Imbuídos pela força do Espírito, os apóstolos começam a criar comunidades onde todos são filhos de Deus e esta filiação se dá no próprio Espírito Santo pela relação entre a fé e o batismo. Essas comunidades tinham um rosto bem definido, como nos apresenta Lucas nos Atos dos Apóstolos: “Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). As comunidades apostólicas estavam fundadas sobre esses três pilares, a doutrina, a caridade da partilha, a eucaristia e a oração. Vemos aqui uma lembrança das antigas comunidades do povo de Israel.
     Lembramos ainda que essas comunidades eram missionárias, pois os apóstolos saiam em grupos pregando o novo Reino, são testemunhas das maravilhas que viram, são testemunhas da ressurreição do Senhor que apresenta uma nova proposta, uma nova esperança. Nosso dever é, portanto, fazer o mesmo anúncio dos apóstolos. Assim, construiremos a comunidade eterna sonhada por Jesus.

Ao fim deste primeiro momento de estudo, gostaria de apontar algumas pistas para reflexão:

1- A partir da proposta de Jesus e da vivência das comunidades apostólicas, de que maneira sua comunidade está vivenciando as novidades do Reino apresentado por Jesus?

Participe deste estudo enviando sua resposta para nós.

Um abraço a todos.
    



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